quarta-feira, 25 de maio de 2011

OVALHAMEDEUS,...A CARGA SOCIALISTA !


É consensual que o mercado/capitalismo, foi até hoje o sistema capaz de produzir maior abundância e universalidade no acesso a bens, garantindo em simultâneo os valores da liberdade e da solidariedade entre povos. Estamos também de acordo que não há modelos perfeitos, daí a pertinencia e simpatia pela apregoada 3ªvia que de alguma forma a social-democracia ou o socialismo democrático pretendem protagonizar.

Mas atente-se numa outra realidade , que é dos países, onde estes remédios politicos se verificam mais eficazes. Ninguém escamoteia a necessidade de uma escola pública, de um serviço de saúde universal, e no limite as funções redistributivas de um veradeiro estado de direito, em países, do norte e centro da europa,..onde de resto o bem estar e o apoio estatal, quando necessário, é confirmado por tantas e tantas gerações de emigrantes portugueses.

Todavia nesses outros países do norte e centro da europa, a razão politica primeira, não assenta nem no socialismo democrático, nem na social-democracia,mas antes no puro liberalismo. E Isso faz toda a diferença! Porquê? - Porque esse é o ambiente politico-social matricial propício à afirmação da iniciativa privada, ao empreendorismo e à criação de riqueza,....o capital, assim gerado, é o primeiro garante da manutenção das liberdades individuais e o garante de um Estado com produto e meios para aplicar os tais remédios tendentes a garantir a igualdade de oportunidades e a inclusão social e geracional.

Em resumo, fica a ideia de que , o capitalismo é mais profícuo em ambientes liberais e os remédios sociais aí mais eficazes. Ao invés do que se tem pretendido nos países do sul, e em particular em Portugal, num ambiente socialista, conseguir os ganhos do capitalismo,...falhou! E percebe-se bem porquê - o ambiente não é propício,..a incubadora não tem as condições adequadas. Ao invés de mais igualdade, temos o País com a maior clivagem entre ricos e pobres no conjunto da OCDE.

Ortega e Gasset, em  1929 em "Rebelião das Massas" escrevia : "A sociedade, para viver melhor, cria, como um utensílio, o Estado. Depois, o Estado se sobrepõe, e a sociedade tem de começar a viver para o Estado . Mas, no final das contas, o Estado se compõe ainda dos homens daquela sociedade. Entretanto, estes não bastam para sustentar o Estado e é preciso chamar estrangeiros: primeiro, dálmatas; depois, germanos. Os estrangeiros tornaram-se donos do Estado, e os restos da sociedade, do povo inicial, têm de viver escravo deles, de gente com a qual não tem nada que ver. A isso conduz o intervencionismo do Estado: o povo se converte em carne e massa que alimenta o mero artefato e máquina que é o Estado. O esqueleto come a carne que o rodeia. O andaime se torna proprietário e inquilino da casa."