É A ECONOMIA ESTÚPIDO
Uma frase muito ouvida na campanha eleitoral de Bill Clinton
em 1992, que fez tanto sucesso quanto o Yes
We Can, de Obama em 2008.
A Economia Estúpido, Yes We Can ! Será?! Tenho um fraco por sínteses felizes,
confesso.
A economia produtiva e a economia
de recursos, pois claro! Afinal o essencial de qualquer política, que pretenda bem-estar e qualidade de vida numa comunidade.
Normalmente assistimos a
reflexões macro estéreis, inconsequentes diagnósticos com paliativos como atoardas
desgarradas de valor filosófico globalizado tendencialmente insolúvel, sem
perspectiva de realização terrena próxima, muito menos à vista de qualquer
economia familiar. É tudo Macro! Ninguém liga, aos pequenos detalhes que tornam
a vida de qualquer pequeno/médio empresário, numa economia familiar insolúvel.
A espaços lá se ouvem aqui e acolá, como no “Programa da Júlia”, pois claro,
alguns desabafos. Os prime time televisivos é coisa para tudólogos. Lobistas
como advogados de invejável cultura geral, como Santana Flopes e António Vitrinius. Nascemos a ouvir-lhes a
elegância do verbo, e assim havemos de morrer. Eu sinceramente, prefiro a
metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...
Cada um de nós, tem
(legitimamente) opinião sobre tudo, e ainda bem! Mas há com certeza algum
assunto, que por razões profissionais, por experiência de vida, seja como
aluno, professor, profissional, encarregado de educação, etc....que podemos
afirmar sem tibiezas que conhecemos bem. Olhemos para dentro de nós, friamente,
e questionemo-nos: Qual é a minha experiência, de que posso e quero dar
testemunho? Há assuntos que conhecemos tão bem quanto as palmas das nossas
mãos. Esse testemunho deve dá-lo com a veemência de quem sabe do que fala!
Quem, como eu, há mais de trinta
e tal anos faz interface entre câmaras municipais, entidades e institutos da
administração local e central e iniciativas da sociedade civil, licenciando
actividades económicas, acaba aceitando a inevitabilidade da actual crise nacional
como um castigo natural, tanto tem sido o crime. E nem estamos a pensar em
corrupção. É em economia mesmo.
Nada como um exemplo. Os
portugueses são os terceiros maiores consumidores de peixe do mundo. Mas,
apesar dos 800 km de costa, o país importa a maior parte do peixe que consome.
Portugal tem excelentes condições naturais para a produção de peixes e marisco,
mas quem se aventura na criação de um projecto de aquacultura em Portugal
enfrenta anos de entraves burocráticos.
O monstro autojustifica-se na
indústria de pareceres, condenando a maioria das iniciativas da sociedade civil
ao fracasso e à miséria, indiferente aos tempos de qualquer plano de negócios,
indiferente aos custos financeiros e de oportunidade, indiferente ao sofrimento
humano de quem tantas vezes, projecta num licenciamento um novo modo de vida.
Lembrarão alguns que viram há 2
ou 3 anos, uma reportagem SicN sobre um pai de família, que deixa o conforto de
um emprego de muitos anos como gestor, para fazer um investimento em
aquacultura, para produção e exportação de enguias!? Catorze ou dezasseis anos depois,
de muitos papéis e pedidos de licenças, requerimentos a entidades e outros
tantos indeferimentos, dinheiro e sócios perdidos em burocracias, família
falida, empregos que não passaram de intenções e miséria que emigra….
Ainda pode ver tudo aqui, em
grande reportagem: http://sicnoticias.sapo.pt/programas/reportagemsic/2013-03-13-semear-para-pescar
Toda a gente viu!? Toda a gente
pode ver ainda. Mas meu caro amigo, depois de ver, se acha que alguma coisa já
mudou, desengane-se! Se acha que isto foi um caso isolado, um azar deste
investidor, desengane-se!
Isto é o pão nosso de cada dia
para quem luta (é disso que se trata – Luta!) pelo licenciamento de actividades
económicas neste país. Era de esperar que o impacto televisivo desta reportagem
televisiva tivesse mudado alguma coisa, não!? Governantes atentos e realmente
interessados nas pessoas, na economia das famílias e do país, teriam procedido
às reformas necessárias, para que nada de semelhante se pudesse repetir,… claro
que sim! Mas não, nada mudou! Admitimos até que esteja pior….
Estrangulamentos fizeram com que
Portugal perdesse o barco da aquacultura. Veja aqui:
Meu caro amigo, um Mar
imenso….para burocrata pescar papéis!
Mas não pense que é um problema
da aquacultura, não meu caro, não é. O problema é o mesmo em todos os sectores
de actividades económicas. Parece que ninguém da nossa classe política viu,
ninguém vê, ninguém quer saber,…de facto para ver e saber os problemas é
preciso senti-los. É um caso, é televisão pensarão os mais incautos,….Não é!
Não é um caso. É o país todo, há muitos anos e a todo o tempo assim e sempre a
piorar, apesar da crise de trabalho e emprego.
O CASO, diz-se no final da
reportagem, resolveu-se pouco depois de ter sido notícia! Sinceramente, a mim
essa notícia não me parece de um País, parece-me muito mais de um ROYALTY-SHOW.
É por estas e por outras que NÓS,
Cidadãos propõe no seu programa:
”.. procedimentos
administrativos, de modo a que a actividade de todos os agentes económicos se
possa desenvolver e crescer, reforçando assim a nossa competitividade, que deve
ter como valor maior o da sustentabilidade – quer social, quer económica, quer
ambiental…. A sociedade civil deve sempre ser vista como parceira. Quanto mais
forte for a nossa sociedade civil, mais forte será o nosso Estado, mais forte
será Portugal.”
Quando resolvemos o País, Nós
Cidadãos?
CS
CS
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