segunda-feira, 7 de setembro de 2015

É A ECONOMIA ESTÚPIDO

É A ECONOMIA ESTÚPIDO

Uma frase muito ouvida na campanha eleitoral de Bill Clinton em 1992, que fez tanto sucesso quanto o Yes  We Can, de Obama em 2008.

A Economia Estúpido, Yes We Can ! Será?!  Tenho um fraco por sínteses felizes, confesso.

A economia produtiva e a economia de recursos, pois claro! Afinal o essencial de qualquer política, que pretenda  bem-estar e  qualidade de vida numa comunidade.

Normalmente assistimos a reflexões macro estéreis, inconsequentes diagnósticos com paliativos como atoardas desgarradas de valor filosófico globalizado tendencialmente insolúvel, sem perspectiva de realização terrena próxima, muito menos à vista de qualquer economia familiar. É tudo Macro! Ninguém liga, aos pequenos detalhes que tornam a vida de qualquer pequeno/médio empresário, numa economia familiar insolúvel. A espaços lá se ouvem aqui e acolá, como no “Programa da Júlia”, pois claro, alguns desabafos. Os prime time televisivos é coisa para tudólogos. Lobistas como advogados de invejável cultura geral, como Santana Flopes e  António Vitrinius. Nascemos a ouvir-lhes a elegância do verbo, e assim havemos de morrer. Eu sinceramente, prefiro a metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...

Cada um de nós, tem (legitimamente) opinião sobre tudo, e ainda bem! Mas há com certeza algum assunto, que por razões profissionais, por experiência de vida, seja como aluno, professor, profissional, encarregado de educação, etc....que podemos afirmar sem tibiezas que conhecemos bem. Olhemos para dentro de nós, friamente, e questionemo-nos: Qual é a minha experiência, de que posso e quero dar testemunho? Há assuntos que conhecemos tão bem quanto as palmas das nossas mãos. Esse testemunho deve dá-lo com a veemência de quem sabe do que fala!

Quem, como eu, há mais de trinta e tal anos faz interface entre câmaras municipais, entidades e institutos da administração local e central e iniciativas da sociedade civil, licenciando actividades económicas, acaba aceitando a inevitabilidade da actual crise nacional como um castigo natural, tanto tem sido o crime. E nem estamos a pensar em corrupção. É em economia mesmo.

Nada como um exemplo. Os portugueses são os terceiros maiores consumidores de peixe do mundo. Mas, apesar dos 800 km de costa, o país importa a maior parte do peixe que consome. Portugal tem excelentes condições naturais para a produção de peixes e marisco, mas quem se aventura na criação de um projecto de aquacultura em Portugal enfrenta anos de entraves burocráticos.

O monstro autojustifica-se na indústria de pareceres, condenando a maioria das iniciativas da sociedade civil ao fracasso e à miséria, indiferente aos tempos de qualquer plano de negócios, indiferente aos custos financeiros e de oportunidade, indiferente ao sofrimento humano de quem tantas vezes, projecta num licenciamento um novo modo de vida.

Lembrarão alguns que viram há 2 ou 3 anos, uma reportagem SicN sobre um pai de família, que deixa o conforto de um emprego de muitos anos como gestor, para fazer um investimento em aquacultura, para produção e exportação de enguias!? Catorze ou dezasseis anos depois, de muitos papéis e pedidos de licenças, requerimentos a entidades e outros tantos indeferimentos, dinheiro e sócios perdidos em burocracias, família falida, empregos que não passaram de intenções e miséria que emigra….


Toda a gente viu!? Toda a gente pode ver ainda. Mas meu caro amigo, depois de ver, se acha que alguma coisa já mudou, desengane-se! Se acha que isto foi um caso isolado, um azar deste investidor, desengane-se!

Isto é o pão nosso de cada dia para quem luta (é disso que se trata – Luta!) pelo licenciamento de actividades económicas neste país. Era de esperar que o impacto televisivo desta reportagem televisiva tivesse mudado alguma coisa, não!? Governantes atentos e realmente interessados nas pessoas, na economia das famílias e do país, teriam procedido às reformas necessárias, para que nada de semelhante se pudesse repetir,… claro que sim! Mas não, nada mudou! Admitimos até que esteja pior….

Estrangulamentos fizeram com que Portugal perdesse o barco da aquacultura. Veja aqui:


Meu caro amigo, um Mar imenso….para burocrata pescar papéis!

Mas não pense que é um problema da aquacultura, não meu caro, não é. O problema é o mesmo em todos os sectores de actividades económicas. Parece que ninguém da nossa classe política viu, ninguém vê, ninguém quer saber,…de facto para ver e saber os problemas é preciso senti-los. É um caso, é televisão pensarão os mais incautos,….Não é! Não é um caso. É o país todo, há muitos anos e a todo o tempo assim e sempre a piorar, apesar da crise de trabalho e emprego.

O CASO, diz-se no final da reportagem, resolveu-se pouco depois de ter sido notícia! Sinceramente, a mim essa notícia não me parece de um País, parece-me muito mais de um ROYALTY-SHOW.

É por estas e por outras que NÓS, Cidadãos propõe no seu programa:
”.. procedimentos administrativos, de modo a que a actividade de todos os agentes económicos se possa desenvolver e crescer, reforçando assim a nossa competitividade, que deve ter como valor maior o da sustentabilidade – quer social, quer económica, quer ambiental…. A sociedade civil deve sempre ser vista como parceira. Quanto mais forte for a nossa sociedade civil, mais forte será o nosso Estado, mais forte será Portugal.”


Quando resolvemos o País, Nós Cidadãos?
CS


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